EU LA FUI: março 2012

Outubro de 2008: missão - trabalhar em Iauretê - AMAZONAS

Iauaretê é um povoado que pertence ao município de São Gabriel da Cachoeira. Por sua vez, São Gabriel é o último município do Brasil antes de chegar à Colômbia.
Para quem vem da região do sudeste, chega-se a Manaus,

e de madrugada, parte-se para S Gabriel da Cachoeira com a Trip. Há alguns era a RICO quem fazia o trecho.

O vôo demora cerca de 4 hs e em Barcelos faz uma parada, onde os pescadores (carregadíssimos) descem!

É em São Gabriel da Cachoeira que está instalado o SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia), projeto elaborado pelo ministério da Defesa para monitorar o espaço aéreo da Amazônia. Além do exército, a presença da igreja (salesianos) e ONGs são importantes.

Antigamente ficavamos hospedados no próprio posto de Saúde, celular não pegava e para falar com os familiares era preciso enfrentar fila em um orelhão.

Desta vez, ficamos no Hotel "Deus me deu". Cheguei com mais dois companheiros no domingo e nos encontramos com os outros que já estavam lá.

Foi neste hotel que apareceu uma barata em cima da cama onde estava minha mala. Abri a porta do quarto e chamei as pessoas para me ajudarem e a camareira falou "Você trouxe esta barata com você"!!!

A cidade é abastecida por uma usina de carvão e costumava faltar luz.
É banhada pelo Rio Negro, que durante a época mais seca deixa mostrar praias e ilhas de areia branca que constrastanm bastante com sua cor ferrugem.

Durante a tarde fomos visitar uma destas ilhas.

Para atravessar para a ilha cobrava-se 1 real por pessoa.

Na segunda-feira, após comprarmos os víveres (incluindo água), rede, protetor de rede e tudo mais que precisaríamos nos dirigimos para o porto para embarcar em 2 voadeiras.

Por ser longa, a viagem foi dividida em 2 etapas. Navegamo até o entardecer, dormimos em um polo indígena e no dia seguinte partimos para Iauretê.

Durante a viagem é comum chover. Aí estica-se uma lona e só o barqueiro fica de fora!

Depois de 12 hs chegamos ao polo de Taracuá, onde passamos a noite!

Hora de armar a rede, com a ajuda de quem entende!!!

Depois do banho e jantar, rede....

Mas, nesta noite nasceu mais um brasileiro!

Depois do café da manhã,

Passeio pelo polo indígena

Pausa para reflexão

Embarque, agora com dois novos passageiros: a médica da ONG e o técnico de laboratório

Damos início a mais 8 horas de viagem

Poucos animais avistamos pelo caminho. Araras são vistas à distância.

Depois de algumas horas, uma parada! O barco foi levado por terra em cima de um caminhão por um pequeno trecho. Quando o nível da água está baixo, pedras aparecem e impedem que os barcos prossigam por água.

Vencido o obstáculo, retornamos para a água

Mais uma parada para falar com o agente de saúde desta comunidade

Dá para imaginar que nesta voadeira além do barqueiro vão mais 4 pessoas?

A água corre tranquila na maior parte do caminho refletindo a mata da beirada do rio

Lá vamos nós, "voando" pelo Rio Negro

Finalmente avistamos Iauaretê!!!!

Depois de deixarmos uma peça de motor que fora encomendada pelo exército,

descemos para terra firme em um lugar próximo onde os índios estavam tomando banho!

Lá vamos nós com as mochilas nas costas!!!

Tentaram nos abrigar na casa das mulheres indígenas, mas como estava sem luz fomos para o posto de saúde.

Elas não moram na casa , apenas vão todos os dias fazer o artesanato

Iauaretê está localizado no Alto Rio Negro, extremo noroeste da Amazônia Brasilieira, na confluência entre os rios Uapés e Papuri, tem cerca de 3.000 habitantes e um pequeno comércio.

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Iauaretê que significa " cachoeira das onças" é povoada pelos índios das etnias tauriano, tukano, pira-tapuia, wanano, desano, arapano, tuyako e hupda.

Os missionários salesianos, em 1930, implantaram uma grande missão para catequisação dos índios. Seus internatos receberam centenas de alunos indígenas.

Em 1985 foi idealizado o projeto Calha Norte - governo Sarney - que consistiu na ocupação militar de uma faixa do território brasileiro situado na calha dos Rios Solimões e Amazonas.
Este projeto teve como objetivo povoar as fronteiras do Brasil com a Colômbia, Venezuela e Perú para dificultar invasões pelas fronteiras.

No final dos anos 80 um pelotão do exército construiu uma pista de pouso.